20/08/2015

Limpeza de dutos, coifas e ar central

Brasil: Legionella e o Ar Condicionado

Em meados dos anos 90, quando o tema qualidade do ar de interiores começou a ganhar importância no Brasil, os sistemas de ar condicionado se tornaram foco do assunto em relação à manutenção de limpeza e conservação. Em 1998, com a morte do então Ministro das Comunicações Sérgio Motta atribuída principalmente pela bactéria Legionella, o ministro da saúde, José Serra, anuncia que irá formar um grupo de estudo para publicar uma legislação que obrigue os responsáveis por sistemas de ar condicionado em todo o país mantenha-os limpos para que não faça mal à saúde da população brasileira.

 

Assim nasceu a Portaria 3.523, mas se engana quem pensa que foi aceita facilmente no mercado. No início foi muito criticada por diversos profissionais do setor de HVAC.

No final de 1998 houve uma reunião na sede da ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento localizada em São Paulo – SP. O auditório estava lotado, mais de 60 profissionais e o objetivo era discutir e entender a nova legislação. Foram feitos diversos comentários do tipo “como o Ministério da Saúde ousa fazer uma norma sobre ar condicionado? ” ou “eu não posso obrigar que meu cliente troque os filtros de ar. Isso é impossível.”. Muitas críticas e considerações contras. Algumas falsas previsões de que “essa lei não vai pegar” no Brasil.

O curioso disso tudo é que essa importante legislação não citou em nenhuma de suas 07 páginas, considerando o anexo, a bactéria Legionella, origem de todo o estudo!

E a Legionella também não foi citada em nenhum momento na Resolução 09 de 16 de janeiro de 2003 publicada já pela ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária como complemento da Portaria 3.523, que trata da avaliação e monitoramento da qualidade do ar em ambientes internos climatizados.

Essa bactéria se desenvolve em qualquer sistema de água, desde que em condições ambientais ideias, e pode contaminar pessoas se dispersadas por meio de aerossol. E não existe sistema de ar condicionado convencional com essas condições.

A água que deposita na bandeja do condicionador de ar, fruto da condensação do ar quando em contato com a serpentina em temperaturas mais baixas é sempre indicada como um possível foco de contaminação.

Mas se a bandeja do condicionador estiver com o caimento de água correto não haverá acumulo de água nesse local quando o sistema estiver desligado. Com o sistema ligado, a temperatura no local é baixa e não favorece o crescimento da bactéria. Ainda, tendo o sistema de ar condicionado tiver uma manutenção adequada, esse local será mantido limpo.

Portanto, podemos observar que o sistema de ar condicionado se bem cuidado e mantido não tem como ser um nicho ecológico para a bactéria Legionella no que tange os ambientes internos climatizados. A preocupação maior se dá em torres de resfriamento ou umidificadores. Nesses locais o responsável técnico legal pelo sistema de ar condicionado, desde que tenha conhecimentos técnicos no assunto, ou um profissional capacitado deve fazer uma análise de risco e manter uma programação de prevenção com análises laboratoriais periódicas.

Fontr: https://www.linkedin.com/pulse/legionella-e-o-ar-condicionado-andre-quelian-bezdiguian

 

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